quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O cristão e o carnaval. Como devemos nos comportar?

Alguns crentes em Jesus não vêem nenhum problema em participar do Carnaval. Segundo estes, o desfile na televisão é tão bonito, e o importante é se divertir.

O ICP (Instituto Cristão de Pesquisa) fez um artigo sobre isso, falando da origem e da evolução do carnaval. Estaria mesmo os crentes que pensam da forma acima corretos? É o que veremos a seguir!

Origem histórica da festa do rei Momo

www.icp.com.br

A palavra carnaval deriva da expressão latina carne levare, que significa abstenção da carne. Este termo começou a circular por volta dos séculos XI e XII para designar a véspera da quarta-feira de cinzas, dia em que se inicia a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. Comumente os autores explicam este nome a partir dos termos do latim tardio carne vale, isto é, adeus carne, ou despedida da carne; esta derivação indicaria que no carnaval o consumo de carne era considerado lícito pela última vez antes dos dias do jejum quaresmal - outros estudiosos recorrem à expressão carnem levare, suspender ou retirar a carne: o Papa São Gregório Magno teria dado ao último domingo antes da quaresma, ou seja, ao domingo da qüinquagésima, o título de dominica ad carnes levandas; a expressão haveria sido sucessivamente abreviada para carnes levandas, carne levamen, carne levale, carneval ou carnaval – um terceiro grupo de etmologistas apela para as origens pagãs do carnaval: entre os gregos e romanos costumava-se exibir um préstito em forma de nave dedicada ao deus Dionísio ou Baco, préstito ao qual em latim se dava o nome de currus navalis: de onde vem a forma carnavale.1

Segundo o historiador José Carlos Sebe, ao carnaval estão relacionadas as festas e manifestações populares dos mais diversos povos, tais como o purim, judaico, e as saturnálias e as caecas, babilônicas, manifestações que contribuíram muito para o carnaval atual.

A real origem do carnaval é um tanto obscura. Alguns historiadores assentam sua procedência sobre as festas populares em honra aos deuses pagãos Baco e Saturno. Em Roma, realizavam-se comemorações em homenagem a Baco (deus de origem grega conhecido como Dionísio e responsável pela fertilidade. Era também o deus do vinho e da embriaguez). As famosas bacanais eram festas acompanhadas de muito vinho e orgias, e também caracterizadas pela alegria descabida, eliminação da repressão e da censura e liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outros estudiosos afirmam que o carnaval tenha sido, talvez, derivado das alegres festas do Egito, que celebravam culto à deusa Isís e ao deus Osíris, por volta de 2000 a.C.

A Enciclopédia Britânnica afirma: Antigamente o carnaval era realizado a partir da décima segunda noite e estendia-se até a meia-noite da terça-feira de carnaval2. Outra corrente de pensamento entende que o carnaval teve sua origem em Roma. Enquanto alguns papas lutaram para acabar com esta festa (Clemente, séculos IX e XI, e Benedito, século XIII), outros, no entanto, a patrocinavam.

A ligação desta festa com o povo romano tornou-se tão sólida que a Igreja Romana preferiu, ao invés de suspendê-la, dar-lhe uma característica católica. Ao olharmos para países como Itália, Espanha e França, vemos fortes denominadores comuns do carnaval em suas culturas. Estes países sofreram grandes influências romanas. O antigo Rei das Saturnais, o mestre da folia, é sempre morto no final das antigas festas pagãs.

Vale ressaltar que O festival Dionisíaco expõe em seu tema um grande contra-senso, descrito na The Grolier Multimedia. Enciclopédia, 1997: A adoração neste festival é chamada de Sparagmos, caracterizada por orgias, êxtase e fervor ou entusiasmo religioso. No entanto, seu significado é descrito no mesmo parágrafo da seguinte forma: Deixar de lado a vida animal, a comida dessa carne e a bebida desse sangue.

A origem do carnaval no Brasil

O primeiro baile de carnaval realizado no Brasil ocorreu em 22 de janeiro de 1841, na cidade do Rio de Janeiro, no Hotel Itália, localizado no antigo Largo do Rócio, hoje Praça Tiradentes, por iniciativa de seus proprietários, italianos empolgados com o sucesso dos grandes bailes mascarados da Europa. Essa iniciativa agradou tanto que muitos bailes o seguiram. Entretanto, em 1834, o gosto pelas máscaras já era acentuado no país por causa da influência francesa.

Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos depois, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.

Nessa época, o carnaval era muito diferente do que temos hoje. Era conhecido como entrudo, festa violenta, na qual as pessoas guerreavam nas ruas, atirando água uma nas outras, através de bisnagas, farinha, pós de todos os tipos, cal, limões, laranjas podres e até mesmo urina. Quando toda esta selvageria tornou-se mais social, começou então a se usar água perfumada, vinagre, vinho ou groselha; mas sempre com a intenção de molhar ou sujar os adversários, ou qualquer passante desavisado. Esta brincadeira perdurou por longos anos, apesar de todos os protestos. Chegou até mesmo a alcançar o período da República. Sua morte definitiva só foi decretada com o surgimento de formas menos hostis e mais civilizadas de brincar, tais como o confete, a serpentina e o lança-perfume. Foi então que o povo trocou as ruas pelos bailes.

Símbolos carnavalescos

Como em qualquer manifestação popular, o carnaval também se utilizou de formas simbólicas para aguçar a criatividade do povo e, conseqüentemente, perpetuar sua história. As fantasias apareceram logo após as máscaras, por volta de 1835, dando um colorido todo especial à festa. Com o passar dos anos, as pessoas iam perdendo a inibição e as fantasias, que a princípio eram usadas como disfarce (por serem quentes demais), foram dando lugar a trajes cada vez mais leves, chegando ao nível que vemos hoje, de quase completa nudez. Independente das mudanças, os grandes bailes, portanto, permaneceram realizando concursos de fantasias, incentivando a competição entre grandes figurinistas e modelos.

Como já foi citado, o primeiro baile de carnaval no Brasil foi realizado em 1841, na cidade do Rio de Janeiro, e, desde então, não parou mais. No começo eram apenas bailes de máscaras e a música era a polca, a valsa e o tango. Havia também coros de vozes para animar a festa. Nota-se que nem sempre foi tocado o samba, mas modinhas. Os escravos contribuíram com o carnaval com um estilo de música chamado lundu, ritmo trazido de Angola. Tal ritmo, no entanto, por ser considerado indecente, limitava-se apenas às senzalas. Contudo, permaneceu durante todo o século XIX.

Com esta fusão de ritmos nasce o semba, uma expressão do dialeto africano quibundo. Essa expressão passou por uma culturação e se tornou o que chamamos hoje de samba. O samba se popularizou nos entrudos, pois em sua origem este ritmo não era propriamente música, mas uma dança feita nos quilombos. Todo este contexto histórico nos leva até os anos 20, ocasião em que nasce aquilo que hoje é chamado de a excelência do samba, ou seja, o samba de enredo.

O carnaval hoje conta com bailes de todos os tipos, como o baile à fantasia, baile da terceira idade, matinês para crianças, bailes de travestis, entre outros. Os embalos musicais destes bailes contam com o bater dos surdos e o samba é o ritmo predominante. Também toca-se axé music, um estilo baiano. No carnaval hoje não se dança mais, pula-se.

Desfiles das Escolas de Samba

Iniciou-se no começo do século XX com os blocos, mas somente nos anos 60 e 70 é que acontece no carnaval brasileiro a chamada Revolução Plástica, com a participação da classe média na folia e todos os seus valores estéticos e estilísticos, que viriam incrementar todo o contexto das escolas de samba.

Os desfiles das escolas de samba são, sem dúvida, o ponto alto do carnaval brasileiro, turistas vêem de todos os cantos e pagam pequenas fortunas para assistirem ao desfile. Outras tantas pessoas perdem noites de sono vendo a festa pela televisão.

A competição entre as escolas de samba é ferrenha, e não raro ocorrem brigas entre seus líderes (leia-se presidentes) durante a apuração dos resultados, pois os pontos são disputados um a um, para que, ao final, se saiba quem foi a grande campeã do carnaval.

Um detalhe importante. A oficialização do desfile das escolas aconteceu em 1935, com a fundação do Grêmio Recreativo Escola de Samba. Antes desta data, porém, mais precisamente em 1930, já se via desfiles nas ruas do Rio de Janeiro.

O carnaval e a igreja católica romana

Devido à sua origem pagã, e pelo fato de ser uma festa um tanto obscena, a relação entre a Igreja Romana e o carnaval nunca foi amigável. No entanto, o que prevaleceu por parte da igreja foi uma atitude de tolerância quanto à essa manifestação, até porque a liderança da igreja não conseguiu eliminá-la do calendário. A solução, então, foi: se não pode vencê-los, junte-se a eles. Daí, no século XV, a festa da carne, por assim dizer, foi incorporada ao calendário da igreja, sendo oficializado como a festa que antecede a abstinência de carne requerida pela quaresma: Por fim, as autoridades eclesiásticas conseguiram restringir a celebração oficial do carnaval aos três dias que precedem a quarta-feira de cinzas (em nossos tempos, alguns párocos bem intencionados promovem, dentro das normas cristãs, folguedos públicos nesse tríduo a fim de evitar que sejam os fiéis seduzidos por divertimentos pouco dignos). Como se vê, a igreja não instituiu o carnaval; teve, porém, de o reconhecer como fenômeno vigente no mundo em que ela se implantou. Sendo em si suscetível de interpretação cristã, ela o procurou subordinar aos princípios do Evangelho; era inevitável, porém, que os povos não sempre observassem o limite entre o que o carnaval pode ter de cristão e o que tem de pagão. Esta claro que são contrários às intenções da igreja os desmandos assim verificados. Em reparação dos mesmos foram instituídas adoração das quarenta horas e as práticas de retiros espirituais nos dias anteriores à quarta-feira de cinzas.3

José Carlos Sebe escreveu: Apenas no século XV, provavelmente movido pelo sucesso popular da festa, o Papa Paulo II a incorporou no calendário cristão. Aliás, Paulo II foi mais longe, chegando a patrocinar toda uma rica celebração antes do advento da Quaresma. Não apenas o carnaval popular foi organizado pelos papas. Paulo IV promoveu uma terça-feira gorda, um lauto jantar onde compareceu o sacro colégio romano, e o festim regado a vinho pôde ser considerado uma das primitivas celebrações em salão fechado.4

A tentativa da Igreja Católica Romana na cristianização do carnaval e sua atual justificativa é totalmente inconseqüente, infeliz e irresponsável. Não existe uma referência bíblica sequer favorável ao seu argumento. Pelo contrário. Existe todo um contexto bíblico explicitamente contrário à essa manifestação popular. Todos os especialistas cristãos sabem muito bem quando devem aplicar a transculturação cristã em determinada manifestação cultural (como exemplo, o Natal, período em que ocorre a mudança do objeto de culto e a extirpação total da velha ordem, transformação das simbologias e referências). Sabem também quando à determinada comemoração popular é impossível aplicar quaisquer processos de cristianização.

O carnaval é um exemplo real da sobrevivência do paganismo, com todos os seus elementos presentes. É a explicita manifestação das obras da carne: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes. O apóstolo Paulo declara inequivocamente que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21).

Posição da igreja evangélica no período do carnaval


Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das vendas no comércio, entre outros.

Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a igreja evangélica deste momento histórico. Então, qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos participantes com eles (Ef.5.7)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos aoportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento (2 Co.4.4) ?

Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é Santo.

Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra elas? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?

No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos vendo imoralidade, música lasciva, promiscuidade sexual e bebedeiras.

José Carlos Sebe, no livro Carnaval de Carnavais, página 16, descreve, segundo George Dúmezil (estudioso das tradições mitológicas): O carnaval deve ser considerado sagrado, porque é a negação da rotina diária. Ou seja, é uma oportunidade única para extravasar os desejos da carne, e dentro deste contexto festivo, isto é sagrado, em nada pervertido. Na página 17, o mesmo autor descreve: Beber era um recurso lógico para a liberação pessoal e coletiva. A alteração da rotina diária exigia que além da variação alimentar, também o disfarce acompanhasse as transformações.

Observe ainda o que diz Manuel Gutiérez Estéves: No passado, faziam-se nos povoados, mas sobretudo nas cidades, diversos tipos de reuniões em que todos os participantes aparentavam algo diferente daquilo que, na realidade, eram. A pregação eclesiástica inseriu na mensagem estereotipada do carnaval a combinação extremada da luxúria com a gula. Não falta, sem dúvida, fundamento para isto.5

Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (Rm 8.5-8). Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20).

Evangelismo ou retiro espiritual?

A maioria das igrejas evangélicas, hoje, tem sua própria opinião quanto ao tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval. Opinião esta que, em grande parte, apoia-se na teologia que cada uma delas prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber: enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto, preferem ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de evangelizar os foliões.

Primeiramente, gostaríamos de destacar que respeitamos as duas posições, pois cremos que os cristãos fazem tudo por amor ao Senhor e com a intenção de ganhar almas para Jesus e edificar o corpo de Cristo (Cl 3.17). Entendemos, também, o propósito dos retiros espirituais: momentos de maior comunhão com o Senhor que tem feito grandes coisas em nossas vidas. Muitos crentes têm sido edificados pela pregação da Palavra e atuação do Espírito Santo nos acampamentos promovidos pelas igrejas. Todavia, a visão de aproveitarmos o carnaval para testemunhar é pouco difundida em nosso meio. Na Série Lausanne, encontra-se uma descrição sobre a necessidade da igreja ser flexível. A consideração é feita da seguinte forma: o processo de procura de novas estruturas nos levará, seguidamente, a um exame mais íntimo do padrão bíblico e a descoberta de que um retorno ao modelo das Escrituras e sua adaptação aos tempos atuais é básico à renovação e à missão6 .

Entendemos, com isso, que, em meio à pressão provocada pela mundo, a igreja deve buscar estratégias adequadas para posicionar-se à estas mudanças dentro da Palavra de Deus, e não dentro de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte, e não os fatores externos.

Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem opiniões diferentes a respeito da maneira adequada para a evangelização no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca perdeu uma oportunidade para pregar, nem mesmo fugia das interrogações ou situações religiosas da época. Não podemos deixar de olhar o que está escrito na Bíblia: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2). Aqui o apóstolo Paulo exorta a Timóteo a pregar a Palavra em qualquer situação, seja boa ou má. A Palavra deve ser anunciada. Partindo deste princípio, não devemos deixar de levar o evangelho, não importando o momento.

Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e optar pela melhor atividade para a nossa igreja nesse período tão sombrio que é o carnaval. A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que: Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2.2-6).

Curiosidades do carnaval

Turismo - Rio de Janeiro - Em 1999, cerca de 250 mil turistas visitaram a cidade, 61% de fora do país.
Nordeste - nos últimos anos, uma média de 700 mil turistas desembarcaram em Recife.
Dinheiro - Em 1999, no Rio de Janeiro, cada escola recebeu R$ 500 mil da Prefeitura. Escolas de samba como Imperatriz Leopondinense e Beija-flor de Nilópolis chegaram a gastar R$ 1,5 Bilhão com o desfile. A Paraíso do Tuiuts (de onde?) desfilou com um orçamento mais modesto: R$ 800 mil. Em 2000, as escolas de samba (seria bom citar o local dessas escolas) desembolsaram uma quantia aproximada em nada mais nada menos do que R$ 22,5 milhões, sendo que cada delas levou R$ 500 mil, somando um total de R$ 7,5 milhões gastos pela Prefeitura (Aqui se refere ao Rio de Janeiro, apenas?).
Acidentes - Só no ano de 1999 foram registrados, pela Polícia Rodoviária Federal, 2468 acidentes nas estradas do país, com 150 mortos e mais de 551 feridos.

As armas da festa

Confete - Procedente da Espanha, veio para o Brasil em 1892;
Serpentina. De origem francesa, chega ao país também em 1892;
Lança-perfume - Bisnaga de vidro ou metal (hoje feita de plástico), que continha éter perfumado. De origem francesa, chegou ao Brasil em 1903.

O rei momo no carnaval carioca

De origem greco-romana, Momo é a figura mais tradicional do carnaval. Segundo consta a lenda, ele foi expulso do Olimpo, habitação dos deuses, por causa de sua irreverência.

Nas festas de homenagem ao deus Saturno, na antiga Roma, o mais belo soldado era escolhido para ser o rei Momo. No final das comemorações, o eleito era sacrificado a Saturno em seu altar.

O rei Momo foi introduzido no carnaval carioca em 1933. Sua figura era representada por um boneco de papelão. Em 1949, no entanto, o boneco de papelão foi substituído por personalidades importantes da época. Em 1950, esta festa popular deixou de contar apenas com a representação do rei Momo, surgindo, então, as rainhas e princesas do carnaval.

Atualmente, a escolha do rei Momo é feita por eleição. O pretendente a esse cargo deve possuir as seguintes características:

Ser brasileiro e residir na cidade do Rio de Janeiro;
Ter entre 18 a 50 anos;
Medir no mínimo 1,65m;
Pesar no mínimo 110 Kg.
O prêmio concedido ao vencedor no ano passado foi R$ 7.550,00, além de ter o privilégio de desfilar como rei. Rei?!

Pesquisa sobre a opinião da população sobre o Carnaval
Realizada entre o 18 a 19 de dezembro de 2000
Foram entrevistadas 1273 pessoas em São Paulo, que responderam as seguintes perguntas: Você é a favor ou contra o carnaval e qual a sua religião?

191 Evangélicos:
A Favor: 42
Contra: 131
Indecisos: 18

46 Espíritas:
A Favor: 30
Contra: 7
Indecisos: 9

779 Católicos:
A Favor: 532
Contra: 142
Indecisos: 105

257 Outros:
A Favor: 128
Contra: 62
Indecisos: 67

Bibliografia:

Almanaque Abril. 24a Edição,1998, pp.38-39.
Enciclopédia Mirador. Vol 2, pp.2082-2097.
Pergunte e Responderemos. Vol 5, Maio 1958, pp.210-211.
Carnaval de Carnavais. José Carlos Sebe, Editora Ática, 1986.
O Evangelho e o Homem Secularizado. Série Lausanne, editora A.B.U.
Dicionário dos deuses e demônios. Menfred Gurker. Editora Martins Fontes, 1993, p.31.
Dicionário Aurélio, Aurelio Buarque de Holanda. Editora Nova Fronteira.
Revista Religião e Sociedade. Manuel Gutiérrez Estévez, ISER/CER 1990.
Revista Ano Zero, n° 10. Fev 1992, pp.12-21.
Revista Época, 15 de Fevereiro de 1999, p. 43.
Revista Carta Viva, Abril de 2000, nº 53, pp. 6-7.
Jornal Novas do Centro de Juventude Cristã, fev. 1993, p.3.
Jornal O Globo, Ana Paula Vieira, 03/fev/1991.
Jornal AIBOC Informa, nº 48, fev. 1999, p.4.
Jornal O Estado de São Paulo, 30 de Novembro de 2000.
Coloboradores: Antonio Figueró, Elvis Brassaroto Aleixo, Moisés P. Carreiro, Simei Gonçalves Pires, Fernando Augusto Bento, Danilo Raphael A. Moraes, Ronivon Vieira de Souza, Zilda Maria Lara, Marcos Heraldo Paiva, Ricardo Alexandre E. Maiolini.

Notas:

1 Pergunte e Responderemos. nº 5. maio de 1958, p.211.
2 Enciclopédia Britânica. 11ª edição, vol.5, p.366.
3 Pergunte e Responderemos. maio 1958, p.212-213.
4Carnaval de Carnavais, José Carlos Sebe. Editora Ática; 1a edição, 1986, p.25.
5 Revista Religião e Sociedade. Manuel Gutiérrez Estévez, ISER/CER 1990, p.63.
6 O Evangelho e o Homem Secularizado. José Gabriel Said. Série Lausanne, Editora Abu, 1983, p.13.

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